et ce que nous faisons n’est qu’un passage
entre la beauté et l’ennui,
il faut reconnaître nos faiblesses :
ce qui est vraiment nécessaire c’est de vivre,
le reste n’est qu’invention de poètes.
Le reste – la poésie et la mort, la quiétude
et l’abandon – c’est ce qu’invente l’oisiveté
pour que les jours ne soient pas seulement brefs
pour que les jours ne soient pas seulement brefs.
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Para que os dias não sejam apenas breves
Porque viver é mesmo o necessário
e o que fazemos é só uma passagem
entre a beleza e o tédio,
mister reconhecer nossas fraquezas:
viver é que é mesmo necessário,
o resto é invencionice de poetas.
O resto — poesia e morte, sossego
e abandono — é o que inventa a ociosidade
para que os dias não sejam apenas breves —
para que os dias não sejam apenas breves.
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Antônio Brasileiro (né à Ruy Barbosa, Brésil, en 1944) – Antologia poética (Copene, 1996) – Traduit par ?